Crise do etanol é ameaça maior, diz especialista

Especialista em petróleo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o economista Edmar de Almeida argumenta que, mais grave que as limitações do refino nacional, é a crise do etanol, o que expande o consumo de gasolina a níveis não alcançados pela produção nacional. O diretor de Abastecimento da Petrobrás, Paulo Roberto Costa, prevê que apenas em 2014 o cenário para o álcool melhore, previsão mais pessimista que a do Sindicato dos Distribuidores de Combustíveis (Sindicom), que espera melhora a partir de 2013.

"A produção do etanol hidratado está crescendo muito menos do que seria esperado. O contexto é muito desfavorável ao etanol, porque o açúcar é muito mais lucrativo para o empresário. Até a Petrobrás completar o ciclo de investimentos nas refinarias, vai precisar manter a importação", afirmou Almeida.

A necessidade de aumentar ainda mais a importação não incomoda o presidente do Sindicom, Alísio Vaz. "Já estamos operando dentro dessa situação. É a realidade do mercado hoje, e não prevejo modificação significativa. A Petrobrás está abastecendo o mercado plenamente", disse.

Segundo ele, a gasolina sempre teve o consumo descolado do PIB, o que já não ocorre com o diesel, que "sempre acompanhou o PIB de maneira muito próxima."

De acordo com Costa, os números de importação poderiam ser piores se em 2012 a Petrobrás sofresse de novo com excesso de paradas programadas em refinarias para manutenção.
 
 

Deixe um comentário