Pesquisa divulgada ontem Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) constatou que o etanol perdeu competitividade em todos os Estados brasileiros em relação à gasolina. O estudo é baseado nos preços praticados semana compreendida entre os dias 22 e 28 de janeiro últimos. Em Rio Preto, os preços também são desfavoráveis ao emprego do derivado da cana nos veículos com motorização flex. A perda de competitividade ocorre porque, apesar do litro do etanol ser mais barato que o da gasolina, o rendimento do etanol é em média 70% inferior ao do derivado do petróleo. Assim, o álcool só compensa para o motorista se seu preço representar até 70% do praticado, na bomba, para sua rival.
De acordo com a ANP, em São Paulo, onde o litro do etanol apresentou o menor valor médio (R$ 1,869) entre todos os Estados, o percentual chega a 71,0%. Já em Goiás foi observada a relação de preços (70,6%) mais próxima da relação de competitividade (o preço médio do litro do álcool ficou em R$ 2,003 e o da gasolina a R$ 2,839). O Roraima foi o Estado onde a pior relação de preços foi observada: 89,5%, o litro médio do álcool ficou em R$ 2,518 e o da gasolina, R$ 2,812.
Em Rio Preto
Abastecer com etanol nos postos de Rio Preto também não é vantajoso. De acordo com a ANP, o preço médio do etanol era R$ 1,980 e o da gasolina, R$ 2,769, para o período de 22 a 28 de janeiro. Nessa base de comparação, o etanol deveria custar, no máximo, R$ 1,930. Quando se pegam os preços mínimos, R$ 1,929 para o etanol e R$ 2,739 para o derivado de petróleo, o derivado de cana-de-açúcar deveria custar até R$ 1,910. Já quando se consideram os valores máximos, R$ 1,999 (etanol) e R$ 2,799 (gasolina), o primeiro deveria custar até R$ 1,950.
No atacado
O etanol hidratado encerrou janeiro negociado a R$ 1.126,50 o metro cúbico, leve queda de 0,88% ante os R$ 1.137,00 o metro cúbico (mil litros) na última segunda-feira, de acordo com o indicador diário do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP). Com a nova baixa, o etanol segue com o menor valor desde os R$ 1.109,00 o metro cúbico de 8 de junho de 2011.
A série de quedas do preço médio pago pelas distribuidoras permanece desde o dia 10 de janeiro, quando o metro cúbico do etanol custava R$ 1.266,50. Desde então, há uma baixa acumulada de 11,05% no preço. O valor do indicador diário para o hidratado do Cepea considera a média aritmética dos preços praticados nos negócios feitos no dia com o combustível produzido em destilarias do Centro-Sul do Brasil e entregue em distribuidoras de Paulínia (SP), com o frete incluso.