Classificado como de média-alta intensidade tecnológica, o setor de equipamentos para ferrovias tem sido beneficiado pelo uso cada vez maior no país do modal ferroviário no transporte de cargas, assim como de um olhar mais sensível dos governos para questões de mobilidade urbana. Em 2011, a indústria ferroviária faturou R$ 4,2 bilhões, alta de 35% ante 2010 e a perspectiva para a década é de crescimento contínuo.
A categoria inclui empresas nacionais e estrangeiras que produzem vagões de carga, locomotivas e trens de passageiros (metrô e trens de superfície). Na área de cargas, a continuidade das boas exportações de produtos como minério de ferro, soja e açúcar, levaram a produção de vagões a fechar 2011 com 5.616 unidades, bem acima dos 3.261 vagões produzidos em 2010. "No caso do minério de ferro, quase 100% do transporte já é feito por via férrea. Mas no caso do açúcar houve uma alteração grande tendo em vista que 80% do transporte do interior de São Paulo para Santos era feito por rodovia e, nos últimos dois anos, essa relação mudou e hoje já temos 80% do transporte por ferrovia, com a perspectiva de chegar a 100% nos próximos anos" , diz o presidente da Associação Brasileira da Indústria Ferroviária (Abifer), Vicente Abate.
Segundo dados da Abifer, em 2011 foram transportadas 530 milhões de toneladas de carga por ferrovias, alta em relação às 471 milhões de toneladas de 2010. Já o transporte de passageiros por trilhos somou dois bilhões de pessoas no Brasil em 2009, chegou a 2,26 bilhões de pessoas em 2010 e os números do ano passado não estão fechados. Mas nos dois casos a tendência é de crescimento na casa dos 10% ao ano, diz Abate.
Alta intensidade
Eminentemente importadora, a indústria óptica brasileira está entre os segmentos de alta intensidade tecnológica que batalham para ver o crescimento da produção nacional. Hoje, apenas 20% da indústria óptica produz aqui no Brasil , diz o presidente da Associação Brasileira da Indústria Óptica (Abióptica), Bento Alcoforado.
Diante desse cenário, há hoje um trabalho em desenvolvimento entre Abióptica, Ministério do Desenvolvimento e Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) no sentido de se criar uma política para o desenvolvimento setorial no país.
Já aprovamos a ideia central e atualmente temos um grupo estudando especificamente as desonerações importantes para o setor, assim como linhas de financiamento melhores. Num segundo momento, incluiremos nas discussões o Ministério da Fazenda e o da Ciência e Tecnologia para entrarmos nas questões de subsídios e de inovação tecnológica, explica o presidente da Abióptica.