A paralisação na entrega de combustíveis na cidade de São Paulo, em alguns dias desta semana, foi motivo para aceleração ainda maior.
A pesquisa semanal da Folha indicou que alguns postos chegaram a elevar os preços do álcool para R$ 2,10 por litro. O da gasolina comum chegou a R$ 3,10.
Os postos, que já tinham recebido um repasse de preços das distribuidoras antes da greve dos caminhoneiros, imprimiram ritmo de alta ainda maior nos valores dos combustíveis, principalmente no do álcool.
O valor médio desse combustível foi a R$ 1,90 na capital paulista, superando em 2% o valor registrado na semana anterior.
A gasolina, com variação menor, foi a R$ 2,70 por litro, em média, na pesquisa da Folha, que acompanha os preços dos combustíveis em 50 postos da capital paulista.
O reajuste maior do álcool nesta semana fez o produto quase perder a competitividade em relação à gasolina. O álcool agora já custa 69,6% do valor da gasolina. Acima de 70% o álcool é menos vantajoso do que a gasolina.
Apesar desse aumento semanal do álcool, os preços atuais ainda são semelhantes aos de há um mês, enquanto os da gasolina registram queda no acumulado de 30 dias.
O preço do álcool hidratado negociado em Paulínia (SP) registrou a décima alta ontem, sendo negociado a R$ 1,255 por litro. O Cepea, responsável pelo acompanhamento de preços, mostra que, apesar da alta, o produto ainda custa 7,5% menos do que o pico registrado no fim de novembro do ano passado.
Surpresa Com a quebra de safra de soja no Brasil e na Argentina, o mercado esperava que o Usda elevasse a sua estimativa para as exportações do produto dos EUA, estimadas em 34,7 milhões de toneladas na safra 2011/12.
Mantida Mas a revisão não foi vista no relatório de ontem, o que pode ter contribuído para a estabilidade da oleaginosa, segundo Aedson Pereira, analista de grãos da Informa Economics FNP.
Efeito Com exportações maiores dos EUA, os estoques seriam ainda menores, o que poderia impulsionar novos aumentos de preço.
Coringa O sorgo começa a ser visto cada vez mais como opção para a produção de álcool no Brasil. Usinas paulistas e de Mato Grosso estão elevando o plantio.
Nova opção Sergio Barbieri, da Usimat Flex, que iniciou a produção de álcool de milho há poucos dias em Mato Grosso, diz que vai incentivar a produção de sorgo.
Alimentos – Além de não concorrer com a produção de alimentos -que é o caso do milho-, o plantio de sorgo pode ser uma nova opção para trazer mais renda para o agricultor, diz Barbieri.
Programa – A Usimat deverá lançar um programa de incentivo à produção de sorgo. A remuneração ao agricultor será definida conforme os preços do milho.