Etanol anidro está prestes a se tornar commodity internacional

A crescente preocupação com o aquecimento global deu início a uma busca incessante por fontes mais limpas e renováveis de energia. O objetivo é balancear a matriz energética global, reduzindo os principais agentes emissores de CO₂ que provocam as mudanças climáticas.

Atualmente, diversos países impõem metas para melhorar a matriz energética em busca de soluções mais sustentáveis e balanceadas, com o propósito de reduzir a emissão de gases de efeito estufa de forma gradativa.

A União Europeia se destaca nesse cenário por estabelecer metas agressivas para a substituição de combustíveis fósseis por fontes renováveis.
Os Estados Unidos, por sua vez, seguem a mesma tendência. A Califórnia, por exemplo, busca reduzir em ao menos 10% a emissão de carbono do sistema de transporte até 2020, o que força o emprego de mais biocombustíveis na mistura de gasolina vendida naquele Estado.

Outros Estados da federação norte-americana devem adotar uma legislação similar para combustíveis com baixo teor de carbono.
Nesse cenário, o etanol tem se mostrado uma alternativa viável, graças ao seu processo produtivo em escala industrial e, em especial, à sua capacidade de contribuir para uma maior redução dos gases de efeito estufa.

DIANTEIRA

O Brasil saiu na frente na produção e no consumo desse combustível. E não somente pela tecnologia dos populares carros flex e pela produção em larga escala do etanol hidratado. Mas também pela adição de etanol anidro ao combustível fóssil.
As primeiras exigências da mistura do etanol à gasolina foram estabelecidas no país em 1931, com a aquisição obrigatória de álcool anidro de procedência nacional, na proporção de 5% da gasolina importada.

Com os efeitos econômicos sofridos na Segunda Guerra Mundial e as dificuldades de abastecimento de petróleo e derivados, essa mistura alcançou os 42%. Desde então, o etanol anidro sempre esteve presente na gasolina brasileira, encontrando-se no patamar atual de 20%.

O uso do anidro na gasolina melhora a qualidade do ar, especialmente nos grandes centros urbanos, o que levou países como Estados Unidos, Alemanha, China e Índia a adotar a alternativa.

A tendência é que cada vez mais países passem a adotar essa mistura, como compromisso para a redução dos gases precursores do efeito estufa, conforme estabelecido pelo Protocolo de Kyoto.

Ao ser utilizado como aditivo oxigenante à gasolina, o anidro proporciona o aumento da octanagem em até dois pontos e a melhora da qualidade do ar.
A disseminação da mistura do etanol anidro à gasolina tende a transformá-lo em commodity internacional, contribuindo, assim, para reduzir os efeitos do aquecimento global.

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