O mercado internacional de açúcar está focado no Brasil, devido às incertezas quanto ao tamanho da próxima safra e à possível movimentação dos preços, disse hoje Leonardo Bichara Rocha, economista-sênior da Organização Internacional de Açúcar (OIA).
Segundo Rocha, o mercado está num estado de limbo e, para sair disso, pode depender dos números de produção do Brasil. O fato de o mercado futuro ter oscilado dentro de um intervalo de preços recentemente reflete as incertezas quanto à produção exata do Brasil, dizem analistas. Rocha observou, no entanto, que os níveis de preço atuais são "justos".
"O mercado de açúcar não está sobrevalorizado. O que estamos vendo é um preço justo, e os níveis de preço atuais refletem custos de produção", disse. "Não existe mercado sobrevalorizado. Se produtores e operadores perceberem que os preços estão muito altos e que um excedente está pesando sobre o mercado, haverá um ajuste e os preços irão cair."
Apesar do superávit esperado para 2011/12, Rocha alertou que os desdobramentos nos principais produtores mundiais, Brasil e Índia, nos próximos meses podem alterar o sentimento do mercado para a safra 2012/13. No momento, a principal preocupação para o setor no Brasil são os altos custos de produção, que resultam de canaviais antigos e altos custos de insumos, disse Rocha.
"A transição temporária de corte manual para colheita mecânica é, sem dúvida, um desafio. Além disso, os gastos com insumos aumentaram, principalmente por causa da alta no preço de petróleo, que acaba levando a custos mais altos de fertilizantes e combustíveis", disse.