Durante participação na 8ª edição do Sugar & Ethanol Brazil 2012, realizado em São Paulo, o gerente de gestão tecnológica da Petrobras Biocombustível, João Norberto Noschang Neto, anunciou o investimento de R$ 300 milhões, até 2014, em desenvolvimento tecnológico para produzir em escala comercial o etanol de segunda geração. Esta unidade industrial teria a capacidade de fabricar entre 90 e 100 milhões de litros deste tipo de etanol por ano.
Este combustível pode ser fabricado utilizando os resíduos de madeira e milho, bagaço de cana-de-açúcar e palha de trigo e ainda não é produzido comercialmente em nenhum país. Desde 2004, a Petrobras, que é uma entre as 30 empresas no mundo que realizam pesquisas em unidades-piloto, utiliza os resíduos de mamona e, principalmente, de cana-de-açúcar para viabilizar os testes com este tipo de etanol.
"Atualmente, o custo da produção anunciado de etanol de segunda geração comum é de US$ 0,48 por litro. Se nós considerarmos que o custo de etanol de primeira geração tem hoje no Brasil o custo de US$ 0,57, vamos ver que estes custos anunciados de etanol de segunda geração estão bastante otimistas e serão comprovados quando tivermos unidades comerciais em operação", afirmou ele durante a apresentação.
Além do custo, outros benefícios apontados são a diminuição do desmatamento devido ao reaproveitamento do bagaço da cana-de-açúcar, redução das plantações e possibilidade de aumento em 40% da produção de etanol no país. Dentre os desafios anunciados estão a logística para o deslocamento da matéria-prima e, principalmente, a dificuldade em dar viabilidade comercial aos resultados obtidos em laboratório.