Desde janeiro deste ano, os modelos multicombustíveis representaram, em média, 91% do licenciamento de veículos leves feitos no Brasil, o que equivale a mais de dois milhões de unidades comercializadas no período. Especificamente nos meses de junho, julho e agosto, os carros flex tiveram seu melhor desempenho no mercado, aumentando a participação para 93% das vendas, segundo dados divulgados no início de setembro pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) e compilados pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA).
O consultor de Emissões e Tecnologia da UNICA, Alfred Szwarc, credita o resultado positivo à redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), concedida à indústria automotiva em maio deste ano e prorrogada no final do mês passado até 31 de outubro.
"Esta medida, associada à queda na procura por veículos importados de marcas não instaladas no país, incrementou a comercialização de veículos multicombustíveis, e não será surpresa se, daqui para a frente, as vendas superarem a marca dos 93% obtida nos últimos três meses. Isso porque o corte no IPI zerou a alíquota anterior de 7% cobrada para o caso dos veículos fabricados no Brasil com até mil cilindradas (1.0), um segmento quase que exclusivamente dominado pelos flex," avalia Szwarc. Modelos a gasolina com motores entre 1.0 a 2.0 tiveram o IPI reduzido de 13% para 6,5%, enquanto veículos fabricados no Brasil com motorização acima de 2.0 não tiveram corte no imposto.
Desde a introdução da tecnologia flex no Brasil em 2003, já foram produzidos mais de 13 milhões de automóveis equipados com a tecnologia, que permite usar o etanol, a gasolina ou a mistura dos dois combustíveis em qualquer proporção. Hoje, esses modelos representam mais de 50% da frota nacional de carros leves do ciclo Otto (movidos a gasolina, etanol e veículos flex).