O diretor de Política Econômica do Banco Central, Carlos Hamilton Araújo, disse nesta quinta-feira que "seria impossível" trazer a inflação neste ano para o centro da meta, de 4,5%.
Segundo o diretor, como as ações de política monetária não têm impacto imediato na economia, uma elevação da taxa de juros neste momento não seria capaz de levar a inflação para os 4,5% até dezembro.
BC reduz projeção do PIB para 1,6% e eleva da inflação para 5,2%
Além disso, ele afirmou que o custo de trazer a inflação para a meta no curto prazo "seria enorme", ou seja, teria um impacto muito grande sobre a atividade econômica.
Atualmente, o IPCA (índice oficial de inflação) está em 5,24%, e a projeção do BC é que ele termine 2012 em 5,2%. A autoridade monetária projeta que o índice só chegará aos 4,5% no terceiro trimestre do ano que vem.
"O combate ao surto inflacionário envolve algum custo em termos de atividade. Sempre vai ter. Não há almoço grátis. Tendo em vista a exigüidade do prazo, o custo seria enorme", disse, durante coletiva de apresentação do Relatório de Inflação.
O diretor disse ainda que a projeção do BC no primeiro semestre era de que a inflação atingiria a meta no fim deste ano.
Segundo ele, a projeção mudou porque houve um choque internacional dos preços das commodities no meio deste ano, em função de problemas climáticos, como a seca que atingiu os EUA.
Ele acrescentou que a visão do BC é de que a elevação das cotações de commodities é temporária. "A boa prática [de política monetária] é de que esse choque não seja combatido com taxas de juros", afirmou.