Consultor prevê safra recorde para a temporada 2013/14

A safra de cana-de-açúcar da temporada 2013/ 2014 na região Centro-Sul do Brasil deve atingir 580 milhões de toneladas, com perspectivas de uma melhora na rentabilidade das usinas. A afirmação é do consultor sênior FCStone, Marcos Escobar, em entrevista para a TV UDOP. Para Escobar, as unidades devem produzir 36 milhões de toneladas de açúcar e 24 bilhões de litros de etanol na temporada neste ano.

"A perspectiva é muito boa, com crescimento de 10% no volume de cana. Isso vai dar tranquilidade ao mercado e para o próprio governo que está aguardando a decisão de subir o preço da gasolina se tivermos mais cana. Também temos a chance da mistura de etanol na gasolina passar para 25%", diz

Para o consultor, as estimativas para a remuneração do etanol também devem ser melhores. "Só o fato de aumentar a mistura do etanol anidro na gasolina, teremos um consumo de mais de 1 bilhão de litros. Outro detalhe é que neste ano, os Estados Unidos devem importar mais do biocombustível produzido a partir da cana-de-açúcar, e esse produto quem pode fornecer é o Brasil", comenta.

Escobar comenta que a temporada 2013/14 pode ser recorde no Brasil, mesmo com os problemas climáticos enfrentados pelo nordeste brasileiro. "Se o nordeste fechar entre 50, 55 mil toneladas de cana, mais o estimado para a região Centro-Sul, chegamos a 630 milhões de toneladas da matéria-prima", explica.

O consultor é otimista, também, quanto as estimativas para 2020, quando analistas do mercado preveem 1 bilhão de toneladas de cana. Segundo Escobar, anualmente a demanda de açúcar cresce numa faixa de 2%, sem estimativas de parar esse crescimento. "Só para atender este açúcar e a demanda que tem de etanol (mercado norte-americano e a frota flex), a gente precisa crescer a moagem", comenta.

Para Escobar o problema não é demanda. Para ele, a preocupação é em como atender a demanda em um momento que o setor não investe e está esquecido pelo governo. "Eu digo isso, mais uma vez, por conta do preço da gasolina que prejudica o preço do etanol. A expansão do setor, a renovação dos canaviais está muito vinculada ao que vai acontecer com o etanol daqui para frente. A necessidade de 1 bilhão está aí, temos sete anos e vamos ter que pedalar bastante para chegar nessa quantidade de matéria-prima", finaliza.

 

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