Enquanto o ex-presidente Lula mencionava incansavelmente os biocombustíveis em seus discursos oficiais, a atual comandante da nação, Dilma Rousseff, é muito mais comedida. Nas poucas vezes que manifesta sua posição sobre etanol, o setor sucroalcooleiro acompanha atentamente.
Ontem foi uma dessas ocasiões. Durante seu discurso na 40ª Reunião Ordinária do Pleno do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), Dilma Rousseff mencionou rapidamente o etanol, mas foi suficiente para reforçar as informações de que o governo está trabalhando para estimular a retomada dos investimentos no setor. "Nós vamos dar este ano uma importância estratégica à questão do etanol", disparou a presidente.
Ela ainda reconheceu que o setor "teve e vem tendo várias dificuldades", mas que o governo dará essa importância.
No meio de sua fala sobre etanol, a presidente fez questão de mencionar o nome de Pedro Parente, presente na reunião que marcou os 10 anos da criação do CDES. Parente é o atual CEO da Bunge, uma dos maiores produtoras de etanol do Brasil. Em setembro do ano passado ele criticou a política do governo para o setor.
A indústria sucroalcooleira, de uma maneira geral, espera um ritmo diferente do que tem sido adotado até aqui pelo governo para resolver os atuais problemas. Esse descompasso pode estar próximo de ser reduzido. Além desta declaração de Dilma sobre o assunto, no início do mês o ministro do Desenvolvimento Fernando Pimentel confirmou que o planalto está trabalhando num pacote de medidas, incluindo um conjunto de desonerações tributárias, para alavancar novos investimentos no setor.