Biocana esmagou 45,5 milhões de toneladas

O presidente da Associação dos Produtores de Açúcar, Álcool e Energia (Biocana), Luciano Sanches Fernandes, afirmou, ontem (07/01), que as 18 usinas associadas à entidade esmagaram 45,54 milhões de toneladas de cana-de-açúcar na safra 2008/2009 que ainda não se encerrou. “Existem duas unidade associadas que ainda estão funcionando”, disse. Segundo Fernandes, o grande desafio da próxima safra é a obtenção de crédito e a volta da normalidade no setor financeiro. De acordo com Sanches, as usinas não conseguiram, por exemplo, usar a linha de crédito anunciada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para suprir a necessidade de capital de giro porque o banco oficial exige uma carta de fiança fornecida por uma instituição financeira para liberar os recursos. Para o presidente da Biocana, o principal problema do setor não é a falta de dinheiro, mas de confiança.

As restrições de crédito atingem toda a cadeia sucroalcooleira, gerando atrasos no pagamento de fornecedores e prestadores de serviços, reduzindo os investimentos em produção e até mesmo, neste início de ano, na manutenção dos equipamentos. Ele estima que 10%, entre 30 e 35 usinas que operam no Cen-tro-Sul, ainda estão em atividade em pleno mês de janeiro devido a problemas climáticos, atrasos em cronogramas e necessidade de formar caixa, apesar do preço do açúcar e do álcool ter iniciado uma recuperação. “Os preços foram melhores, mas acontece que os custos subiram muito. Vamos ter que aprender a reduzir custos”, disse.

O desaquecimento da economia estaria contribuindo para essa diminuição nos gastos. “Alguns fertilizantes já caíram, o preço do aço também caiu. Os fretes de navios estão cerca de 80% mais baratos e tornaram o açúcar brasileiro, junto com a valorização do dólar, mais competitivo”. Fernandes disse que a permanência de cana em pé na região Noroeste deve ficar em torno de 1,5 milhão de toneladas, cerca de 3% do total de cana esmagado. Além disso, o início de corte antecipado da safra 2009/2010, redução no uso de adubação e a não renovação dos canaviais com a realização de um maior número de cortes por ciclo deve baixar a produtividade dos canaviais. “Vai ter mais cana este ano e menos cana para cortar em 2010”, disse.

Safra

Até dezembro, a região Centro-Sul esmagou 468,625 mi-lhões de toneladas de cana, cerca de 12,31 milhões de toneladas a mais que na safra passada, representando um aumento de 10,96%. O balanço oficial ainda não está pronto já que algumas unidades industriais não finalizaram a safra. Na região Noroeste de São Paulo, as unidades industriais associadas à Biocana apresenta-ram na safra 2008/2009, uma moagem da ordem de 45.54 milhões de toneladas, cerca de 21,63% maior que na safra anterior. A produção de álcool totalizou 1, 94 bilhão de litros e a de açúcar atingiu 3,114 milhões de toneladas. A produção de álcool registrou crescimento de 41,95% enquanto a de açúcar, 10,49 %.

Etanol mais competitivo

O etanol combustível está competitivo no tanque dos carros flex fuel em 18 Estados, de acordo com dados da Agência Nacional de Petróleo (ANP) do dia 3 de janeiro. A vantagem é calculada considerando que a potência energética do motor à álcool é de 70% dos motores à gasolina. O número de Estados em que o etanol permanece competitivo é maior que os 17 registrados na semana anterior. A gasolina segue vantajosa em 9 estados brasileiros. Segundo o levantamento, os Estados onde a vantagem do etanol é mais significativa são o Mato Grosso (preço do etanol é 47,32% do preço da gasolina – até 70% o etanol é competitivo), São Paulo (54,54%), Paraná (60,86%), Pernambuco (60,88%, Espírito Santo (61,81%), Tocantins (62,12%)e Alagoas (63,03%).

A gasolina continua mais vantajosa principalmente no Amapá (preço do etanol é 83,61% do valor da gasolina), Roraima (79,17%), Pará (76,42%), e Piauí (73,93%). O levantamento também revela que os preços médios do etanol combustível caíram em 17 Estados no período analisado. As cotações subiram em oito Estados e permaneceram estáveis em dois As maiores quedas foram registradas em Pernambuco (-2,01%), Rio Grande do Norte (-1,69%) e Ceará (-1,18%). As maiores altas foram registradas em Amapá (+2,09%) e Pará (+0,71%).

Fonte: Diário da Região, em 08/01/2009

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