Petribú comemora 100 anos nesta terça

A Usina Petribú comemora hoje 100 anos de fundação e 280 anos da existência do engenho que se transformou no empreendimento centenário que sobreviveu a várias secas, a baixas no preço do açúcar no mercado mundial, ao fracasso do Proálcool, entre tantos outros acontecimentos que modificaram completamente o quadro de produção do setor sucroalcooleiro em Pernambuco, principalmente na Zona da Mata Norte – que com uma escassez de chuva maior – viu muitas das suas usinas serem desativadas.

A Petribú não deve nada a qualquer fábrica em termos de tecnologia. É toda automatizada e elétrica, diz o diretor da empresa, Jorge Petribú, que é a nona geração da sua família trabalhando com a produção de açúcar.

A informatização da empresa foi iniciada em 2000. Os funcionários trabalham com palm top no campo. O sistema de logística também está todo automatizado e as principais atividades, como adubação, plantio e colheita, passam pela informatização.

O atual supervisor de produção da empresa, José Luiz da Silva, afirma que há uma diferença estúpida do modo como o trabalho é realizado hoje. Comecei a cortar cana-de-açúcar aqui em 1957. O corte era feito na foice. A empresa era pequena. Os telhados da usina eram de madeira. A destilaria era muito pequenininha e se moía 300 toneladas por dia, recorda o funcionário que morou durante quase 40 anos dentro da usina.

José Luiz ainda pegou o tempo em que o transporte da cana-de-açúcar era feito por carros de boi ou animais. Depois vieram os caminhões. Naquele tempo, a retirada da carga (do caminhão) era manual e hoje é tudo feito pela máquina. O serviço ficou mais fáci l e mais rápido, conta, acrescentando que foi trabalhar duas vezes fora, mas acabou voltando para a Petribú.

Atualmente, a empresa processa 1,5 milhão de toneladas de açúcar por safra que são transformados em açúcar, álcool e energia. A Petribú vende cerca de 100 mil megawatt-hora de energia por ano, quantia suficiente para abastecer uma cidade com cerca de 35 mil habitantes em um ano. A energia é produzida na termelétrica que funciona próxima à sede da empresa e, sozinha, já representa um faturamento de cerca de R$ 15 milhões anuais. A produção (de energia) é comprada por duas comercializadoras de energia, sendo a maior parte do Grupo Iberdrola.

Ainda nas dependências da empresa, a usina mantem uma escola na qual estudam 350 alunos do ensino fundamental, que inclui também aulas de música e cursos profissionalizantes. Mesmo com a crise, não cortamos os gastos com a escola, explica Jorge Petribú. A manutenção da escola tem um custo de cerca de R$ 1 milhão por ano.

Também fazem parte do mesmo grupo, a fábrica de ração Irca, a Usina Oeste Paulista – localizada na cidade de Monte Aprazível, no interior de São Paulo -, além de uma participação acionária no Terminais Marítimos de Pernambuco (Temape), que estoca combustível no Porto de Suape.

Histórico

Como a maioria das usinas da região, a Petribú se originou de um engenho banguê, que tinha esse nome porque foi implantado num lugar que os índios chamavam de potyraybu, nome da língua tupi-guarani que significa fonte de águas claras ou fonte das borboletas. O nome fazia uma referência ao Rio Capibaribe, que passa próximo à empresa.

Localizada em Lagoa de Itaenga, a atual sede da empresa foi construída onde era o Engenho Petribú. O nome do meu avô era João Cavalcanti de Albuquerque. Cavalcanti era um sobrenome comum, apa receram alguns homônimos e ele foi ficando conhecido como João de Petribú. Em 1911, ele publicou um anúncio trocando o nome da família e passou a se chamar João Cavalcanti de Petribú, lembra Jorge.

O empresário acredita que o engenho que deu o nome a família pode ter mais de 280 anos. Estudos feitos por dois pesquisadores mostram que há comprovação escrita de fatos que se relacionavam com o engenho Petribú em 1729, diz Jorge Petribú, que assumiu a gestão do empreendimento desde 1996.

A comemoração do centenário será iniciada com uma missa às 16 horas na Capela São Miguel, na própria usina. Ao término da cerimônia religiosa, será inaugurado o busto de Paulo Petribú, pai do atual diretor da empresa. Às 17h30, será realizado um coquetel na casa grande. Na ocasião, também serão fixadas duas placas com o nome dos 8 filhos, netos e bisnetos de Paulo Petribú, falecido em 2007.

Será uma comemoração simples por c ausa da crise. E convidamos apenas aqueles que têm sinergia com o nosso negócio, explica Jorge Petribú, que será o anfitrião do evento junto com a sua irmã, Teresa de Petribú.

Desde 2001, a empresa foi dividida e quatro filhos de Paulo Petribú passaram a responder pela Usina São José, que foi adquirida pela família em 1995. A São José pertenceu ao conglomerado de empresas do Grupo Votorantim.

Fonte: Jornal do Commercio

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