O preço do litro do etanol aumentou nos postos de combustíveis de Rio Preto nos últimos dois dias, fazendo o preço mais praticado passar de R$ 1,29 para R$ 1,39. Mesmo com o reajuste, o álcool continua competitivo em relação à gasolina, cujo valor não teve alteração nas bombas. Ontem, o Diário visitou 45 postos de combustíveis em toda a cidade e o preço mais praticado era de R$ 1,399, encontrado em 29 revendedores. Em relação ao preço mais praticado em julho, R$ 1,299, o aumento foi de 7,75%. Mas, o consumidor podia, ainda ontem, encontrar o produto por até R$ 1,239, como no posto do Carrefour. Por outro lado, o valor mais alto encontrado ontem foi de R$ 1,459, no Posto Pai Herói, na avenida Philadelpho Gouveia Neto.
O produto era vendido ainda por preços como R$ 1,290, R$ 1,339, R$ 1,359, R$ 1,369, R$ 1,379, R$ 1,389, R$ 1,390 e R$ 1,429. O último levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), do dia 26 deste mês, revelou que o preço mínimo do litro da gasolina era R$ 2,289 e o preço máximo, de R$ 2,499. Para ser vantajoso, o preço do etanol deve ser de até 70% do preço da gasolina, considerando que seu consumo é 30% maior. Já o levantamento da ANP relativo aos preços do etanol mostra que, entre os dias 20 e 26, o preço médio do produto era R$ 1,258. No começo do mês, no dia 5, era cotado a R$ 1,308, o que revela redução de 3,8%.
O reajuste de 7,75% no preço mais praticado nos postos rio-pretenses representa praticamente a metade a variação registrada em setembro nas usinas, onde preço médio do etanol subiu 14,20%, passando de R$ 0,7451 no dia 4, para R$ 0,8509 no dia 25, de acordo com o levantamento do Indicador Cepea, da Esalq/USP. Esses valores não incluem o frete e nem os impostos. Apenas na semana entre os dias 21 e 25, o aumento foi de 7,96% sobre a semana anterior, com o litro do etanol hidratado combustível passando de R$ 0,8509 para R$ 0,9708. Segundo Roberto Uehara, presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo (Sincopetro), em Rio Preto, os postos não tiveram como assimilar os reajustes que vinham sendo praticados pelas distribuidoras há pelo menos 18 dias e tiveram de repassá-los ao consumidor. “Esse reajuste foi inevitável, mas no Estado de São Paulo o preço do álcool ainda é mais competitivo do que em outros Estados.”
Para ele, a tendência é de que ainda haja alguns picos de preços, mas não é possível prever em quanto deve se estabilizar. O representante da União da Indústria da Cana-de-açúcar (Unica) em Ribeirão Preto, Sérgio Prado, informou que os reajustes do preço do álcool nas usinas é reflexo das chuvas excessivas, que prejudicaram a moagem da cana e reduziram a oferta do produto. “Outra razão é que o preço estava muito deprimido, abaixo do custo de produção, o que impossibilitava manter a atividade”, afirmou. Prado prefere não apontar um valor para o futuro, mas acredita na acomodação dos preços, já que o consumidor do carro bicombustível é o grande regulador do mercado, ainda que informalmente. “A escolha do consumidor coloca um limite na majoração de preço.”
Fonte: Diário da Região, em 01/10/09