“As expectativas para os mercados de açúcar, etanol e de bioenergia para o próximo ano são excelentes”. A afirmação é do consultor da Tauil & Chequer Advogados, que trabalha há mais de 35 anos no mercado de commodities agrícolas, Paulo Francisco de Siqueira Costa, durante palestra do “1º Fórum Agroblog”, na Expo Rio Preto 2009. Siqueira Costa disse que as informações sobre o déficit mundial de açúcar tem oscilado bastante, mas que acredita num volume deve girar em torno de 8 e 9 milhões de toneladas com acentuada queda na produção da Índia. “Como todos sabem, a Índia é o segundo maior produtor do mundo, depois do Brasil.” A produção brasileira de cana-de-açúcar deve ficar esta safra na região Centro-Sul em torno de 529,6 milhões de toneladas, segundo dados da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica).
O consultor da Tauil & Chequer, associada a Thompson & Knight LLP, afirmou que o mercado interno brasileiro deve absorver toda a produção de etanol devido ao aumento da frota nacional de veículos de combustível flexível. “O Brasil exportou 5 bilhões de litros de álcool. Desse total, 2 bilhões de litros foram para os Estados Unidos. A exportação brasileira deve passar para 3,5 bilhões e os Estados Unidos devem responder por 500 milhões de litros”, afirmou Siqueira Costa, que também é executivo de uma empresa em Honduras que converte o etanol hidratado brasileiro em anidro para ingressar os Estados Unidos. Apesar disso, o preço do etanol deve voltar a subir no mercado internacional como resultado da elevação do petróleo cujo barril já está na faixa de US$ 70.
Siqueira Costa disse que a fase ruim que o setor sucroalcooleiro brasileiro enfrentou nos últimos dois anos e, inclusive, em função da crise econômica internacional, já está terminando com a consolidação de grupos fortes como a Cosan, a Copersucar que se tornou uma sociedade anônima, a Louis Dreyfus que está concluindo a compra da Santa Elisa/Vale que deve ser finalmente anunciada, e da definição da aquisição pela Bunge do Grupo Moema ou da Equipav. Ele estima que, dentro de no máximo dez anos, 80% do setor vai estar concentrado entre oito e dez empresas que vão controlar o mercado.
Fonte: Diário da Região, em 14/10/09