O álcool combustível registrou alta de 12,93% em São Paulo em janeiro, deixando de ser vantajoso frente à gasolina pela primeira vez desde janeiro de 2007. De acordo com os dados da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), da USP, a gasolina teve alta de apenas 1,11% no período.
A relação entre o preço dos dois combustíveis atingiu 72,85% em janeiro, a maior em três anos. Em janeiro de 2007, a relação era de 56,80%.
Cálculos de especialistas, baseados no poder calorífico dos combustíveis, apontam que o álcool é competitivo até chegar a 70% do preço da gasolina. Para fazer a conta, deve-se dividir o preço do álcool pelo da gasolina. Se o resultado ficar acima de 0,70, o álcool deixa de ser vantajoso.
A alegação dos usineiros para as altas no álcool é que as fortes chuvas vêm prejudicando a produção. Ao mesmo tempo, a maior demanda por açúcar no mercado internacional vinha fazendo com que parte da produção de cana de açúcar estivesse sendo direcionada para a produção da commodity.
Na tentativa de aumentar a oferta do combustível no mercado, o governo determinou a redução, a partir desta semana, da quantidade de álcool misturada à gasolina. Desde fevereiro de 2009, o álcool acumula alta de 35,27% em São Paulo.
O coordenador do IPC (Índice de Preços ao Consumidor) da Fipe, que mede a variação dos preços na capital paulista, afirmou que o ritmo de alta do álcool deve ser reduzido neste mês, com a chegada da safra de cana-de-açúcar.
A safra está chegando. O álcool pode voltar a ser vantajoso no final de fevereiro, e com certeza no começo de março, afirmou.
Fonte: Folha de SP, em 03/02/2010