No dia 24 de maio de 2010, grande parte dos trabalhadores da Usina Moema-Bunge paralisaram suas atividades por aproximadamente três horas. O protesto foi motivado pela grande insatisfação dos trabalhadores quanto ao tratamento recebido por parte dos representantes da empresa. Há muito tempo reivindicam vários benefícios (Programa de Participação nos Resultados, ticket alimentação para o turno “D” – indústria e administração e reestruturação de cargos e salários).
Após a paralisação de advertência, ocorreu uma reunião entre os representantes da Empresa e do Sindicato e uma comissão de trabalhadores, quando então após quase 4 (quatro) horas de negociações, a empresa ofereceu nada por nada.
A proposta da empresa foi levada para votação em Assembléia Geral Extraordinária dos trabalhadores, que então, em escrutínio secreto, NÃO concordaram com o NADA da Empresa e decidiram pela deflagração de movimento grevista, no prazo legal.
Para adquirir novas unidades existe condições financeiras, mas para dar beneficios aos trabalhadores parece que não existe.
Bunge fará mais aquisições no Brasil
O diretor de desenvolvimento de Açúcar e Bioenergia da Bunge USA, Ben Pearcy, disse, ontem (20), que a Bunge está aberta a mais aquisições de usinas no Brasil. A Bunge adquiriu, nos últimos meses, o Grupo Moema, com cinco usinas.
O executivo não informou, contudo, se a empresa negocia alguma aquisição no momento. Segundo Pearcy, a tendência do mercado sucroalcooleiro no Brasil é de mais aquisições e fusões.
Diria que o foco dos players agora vai ser mais em termos de aquisições e fusões, porque o preço do açúcar e etanol atual tem pouco incentivo econômico para construir novos projetos. Novos projetos levam no mínimo três anos para começar a dar resultados.
Então, é preciso ter garantias de preço no longo prazo para se fazer investimentos.
Hoje em dia, com essa volatilidade, está mais difícil, afirmou. Vamos continuar pensando em aquisições no Brasil e fora dele que se enquadrem na nossa estratégia e se o valor fizer sentido, disse.
PRECARIEDADE. Segundo ele, várias empresas de etanol no Brasil ainda estão em situação precária, à espera de compradores. De fato, a procura é maior do lado do vendedor do que do comprador, disse Pearcy, que participou da 4ª Conferência Internacional sobre Açúcar e Etanol, organizada conjuntamente pela Organização Internacional do Açúcar e pela Datagro, no hotel Waldorf Astoria, em Nova York.
No final do ano passado, a Bunge anunciou a compra de cinco usinas da Moema Participações visando aumentar seus negócios no ramo de açúcar e etanol. Foi um passo importante, fundamental da implementação da nossa estratégia com o etanol, afirmou. O executivo acrescentou que as perspectivas para o Brasil são muito positivas.
Dá até para duplicar a capacidade naquela região, que é excelente para a agricultura. AQUISIÇÃO. Pearcy disse que a Bunge entrou para o ramo de açúcar e etanol em 2005, sendo a compra da Moema, a maior aquisição da multinacional desde 2002. Com a aquisição de Moema ganhamos escala no setor sucroalcooleiro, afirmou. De acordo com ele, a capacidade de produção da Bunge no setor triplicou com a aquisição e a empresa deve investir 30% do seu orçamento anual nesse segmento.
Pearcy vê perspectivas promissoras para o setor no Brasil nos próximos anos.
Se você quer em investir em açúcar e etanol, o Brasil é hoje o primeiro lugar para se investir, disse.
Fonte: Jornal Cana, em 20/05/2010