A petrolífera francesa Total adquiriu 17% da norte-americana Amyris, de biotecnologia e desenvolvimento de combustíveis e químicos renováveis, se tornando mais uma das gigantes do setor a investir no segmento.
A Amyris tem usina-piloto em Campinas (SP) para a produção de combustíveis e produtos químicos usando a cana-de-açúcar como matéria-prima e baseada na tecnologia de biologia sintética.
Ela desenvolveu tecnologia que transforma o caldo da cana em um produto intermediário para a produção de combustíveis químicos.
Em comunicado, as empresas disseram que a parceria combina a plataforma de biologia sintética industrial e a capacidade de produção emergente no Brasil da Amyris com o know-how tecnológico, a capacidade de escala industrial e o acesso aos mercados da Total.
Trata-se de uma parceria estratégica. Vamos utilizar o conhecimento que a Total tem na cadeia de petroquímicos para a fabricação de produtos com fonte renovável, afirmou Roel Collier, diretor-geral da Amyris no Brasil.
Agora, com a experiência da Total nesse segmento, Collier afirma acreditar que será mais viável chegar a materiais químicos para aplicação industrial e combustíveis renováveis.
Os valores do acordo entre a Total e a Amyris não foram divulgados. As ações da companhia francesa recuaram ontem 2,06% na Bolsa de Valores de Paris.
Collier afirmou que o interesse das petrolíferas no segmento vem aumentando bastante e que a Amyris chegou a ser procurada por outras companhias, sem revelar nomes. Todas as empresas estão olhando isso com bastante fascinação.
Nos últimos anos, as petrolíferas têm voltado as suas atenções para o setor de biocombustíveis, já que os custos de exploração de petróleo estão cada vez mais altos e, muitas vezes, os campos descobertos estão em países onde o setor é dominado por estatais, como no Brasil.
No fim de abril, a Petrobras investiu R$ 1,6 bilhão para obter o controle de 45,7% no capital da Açúcar Guarani, quarta maior processadora de cana no país e que é controlada pela francesa Tereos Internacional.
No início deste ano, a anglo-holandesa Shell assinou um acordo com a Cosan -estimado em US$ 12 bilhões- para a criação de duas subsidiárias. Em 2008, a britânica BP adquiriu 50% da usina Tropical BioEnergia.
Fonte: UDOP, em 26/06/2010