A espera de navios para embarcar açúcar em Santos (SP) e em Paranaguá (PR), os dois principais portos para o produto no país, persiste. As chuvas voltaram no último domingo e, com isso, há 91 embarcações nos dois portos aguardando para embarcar 2,9 milhões de toneladas de açúcar, segundo informações da Santos Associados/Unimar Agenciamentos Marítimos.
O número é um pouco menor que os 94 navios que aguardavam na sexta-feira passada, mas também representa um retrocesso em relação ao avanço obtido nos dias em que o tempo estava seco, segundo Luiz Teixeira da Silva Júnior, chefe do departamento de operações de Paranaguá.
Avançamos bastante no sábado, mas a chuva iniciada no domingo paralisou os embarques até ontem. Hoje [ontem], estamos operando em 80% do tempo, pois ao sinal de qualquer chuva, ainda que fina, temos que fechar os porões, diz Silva. Em Paranaguá, a espera média para embarque é de 24 dias.
Outros 29 navios estão programados para chegar nos próximos dias nos dois portos, segundo a Santos Associados/Unimar Agenciamentos Marítimos. Por dia extra, cada navio gera entre US$ 15 mil e US$ 30 mil de demurrage (multa de sobre-estadia).
Apenas no porto de Santos, há 64 navios, entre atracados e aguardando na barra. Juntos, eles têm programação de embarcar 2,22 milhões de toneladas de açúcar. Outras 21 embarcações devem chegar nos próximos dias para embarcar 525 mil toneladas da commodity, segundo a programação dos terminais do porto de Santos.
Em Paranaguá, há 27 navios aguardando para embarcar 707 mil toneladas, e mais oito embarcações são esperadas para os próximos dias. O atraso também afeta os navios que aguardam para desembarcar fertilizantes. Em Paranaguá, por exemplo, eram até ontem 18 navios em espera, ante as 16 embarcações da sexta-feira passada, entre atracadas e na barra. Outros cinco navios carregados com fertilizantes são esperados para as próximas 48 horas, segundo informações do Porto de Paranaguá.
Depois de se valorizarem por causa dos atrasos nos embarques no Brasil, as cotações internacionais do açúcar recuaram ontem na bolsa de Nova York, puxadas pela previsão de maior produção no Brasil e na Índia. Os contratos para março encerraram o pregão a 18,03 centavos de dólar por libra-peso, queda de 59 pontos.
Fonte: Udop, em 03/08/2010