Aspectos que envolvem a vida do cortador de cana e o impacto da indústria sucroalcooleira na saúde da população diretamente relacionada começam a ser tabulados e serão conhecidos até julho de 2011.É a pesquisa de maior abrangência, feita no páís, envolvendo o setor.Mais de 30 pesquisadores da USP, Unesp e Famerp trabalham no estudo.
O levantamento é feito em Mendonça.Envolve 120 cortadores de cana e 120 pessoas qualificadas como grupo de controle.
“As pessoas do grupo de controle são pareadas em sexo e idade com as dos cortadores”, diz um dos coordenadores da pesquisa , o professor da Famerp Kazuo Nagamine.
A população de Mendonça acima de 60 anos e abaixo de 14 também está sendo investigada para saber os efeitos da poluição da queima da palha sobre esses grupos.
Já os cortadores e o grupo de controle passam por avaliações oftalmológicas, pneumológicas, nutricionais e cardiológicas.
Além disso, são verificadas condições de vida, de trabalho, de ganho e como estão os familiares dos cortadores nas cidades de onde vieram.
“Terminamos na última semana a coleta de variabilidade da freqüência cardíaca”, diz Kazuo.Os dados preliminares apontam que os cortadores não apresentam problemas cardiológicos devido ao grande esforço físico a que se submetem.
Em média, cada um corta 9 toneladas de cana por dia. O estudo começou no ano passado e já se sabe que , quando chegam, os trabalhadores apresentam bom estado de saúde.
Outro aspecto pesquisado é o impacto da chegada deles sobre os serviços municipais como saúde, social e educação.
Se por um lado o comércio se beneficia, queremos ver o que a sobrecarga causa nos serviços públicos de atendimento à população.
Fonte: Udop, em 12/09/2010