A desigualdade de renda no Brasil caiu entre 1999 e 2009, mas os salários das pessoas que se consideram pretas ou pardas ainda são em média bem menores do que os dos brancos. A Síntese de Indicadores Sociais, divulgada nesta sexta-feira (17) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), mostra que essa diferença pode chegar a 40%.
As diferenças atingem a população independentemente do tempo de estudo. Para os negros que têm de cinco a oito anos de educação formal (equivalente ao ensino médio sem conclusão), a renda não passa de 78,4% do que ganha um branco na mesma função e com o mesmo grau de instrução. Para os pardos, esse valor é de 73%.
Para o tempo de nove a 11 anos de estudo, os ganhos dos negros equivalem a 72,6% do rendimento dos brancos, enquanto que os dos pardos chegam a 75,8%. Para 12 anos ou mais, a renda dos pretos é de 69,8% da dos brancos, e a dos pardos é de 73,8%.
Comparando com a situação verificada há dez anos, houve melhora concentrada na população com até quatro anos de estudo: em 1999, os rendimentos-hora de negros e de pardos com esse nível de escolaridade representavam, respectivamente, 47% e 49,6% do ganho dos brancos, passando para 57,4% nos dois grupos em 2009.
– Tanto as populações indígenas como as afrodescendentes estão sistematicamente mais vulneráveis, embora negros e pardos correspondam a uma maioria de 51,1% da população.
No estudo, 13,2 milhões de brasileiros (6,9%) se declaram pretos, 84,7 milhões (44,2%), pardos, e outros 92,4 milhões, brancos. O IBGE adota em suas pesquisas o sistema de classificação de cor ou raça no qual o informante escolhe uma entre cinco opções: branca, preta, parda, amarela ou indígena.
Fonte: Udop, em 17/09/2010