Relatório do governo americano destacou nesta semana o Brasil como um dos alvos prioritários para aumentar exportações e sugeriu mais assistência a empresas que querem vender ao país devido a suas complexas regras e taxas.
Ao lado de Índia e China, o Brasil foi destacado como mercado-chave na mais recente avaliação entregue ao presidente americano, Barack Obama, sobre a Iniciativa Nacional de Exportações (NEI, na sigla em inglês).
O plano foi anunciado pelos EUA em janeiro e pretende dobrar exportações do país em cinco anos.
Segundo o relatório, oportunidades estratégicas podem ficar travadas pelos sistemas regulatório e tributário brasileiro, chinês e indiano, especialmente no caso de pequenas e médias empresas.
Isso exige, diz o texto, mais empenho governamental. E novas missões comerciais devem ser preparadas para os três países.
A intenção desses e outros planos da NEI é que as exportações passem de US$ 1,57 trilhão, no ano passado, para US$ 3,14 trilhões, em 2015, e ajudem, com o incremento produtivo, a diminuir a taxa de desemprego no país, hoje em 9,6%.
Brasil, Índia e China viraram alvos prioritários depois de serem identificados pelo Departamento do Comércio dos EUA como países que deverão ter forte crescimento nos próximos 12 meses.
Em relação ao Brasil, os EUA pretendem focar esforços em três setores: energias alternativas, infraestrutura de transportes e aviação.
O Brasil também entrou para uma lista de apenas nove focos principais de esforços do Ex-Im Bank dos EUA, o órgão oficial de crédito à exportação. Esses nove países, que incluem também México, Colômbia e Índia, têm investimentos em infraestrutura estimados em mais de US$ 3 trilhões nos próximos cinco anos.
Além disso, há intenção de eliminar barreiras que inibem viagens para os EUA de turistas provenientes do Brasil e da China. O maior acesso ao processo de pedido de vistos americanos foi citado como elemento-chave para o sucesso da estratégia.
A Iniciativa Nacional de Exportações está sob estudo há mais de seis meses. O relatório mais recente, divulgado anteontem pelo governo Obama, sugere caminhos possíveis, que ainda terão de ser detalhados no futuro.
O texto foi preparado pelo Gabinete de Promoção de Exportações, que inclui, entre outros, os secretários do Comércio, de Estado, do Tesouro e da Agricultura dos Estados Unidos.
Fonte: Estadão, em 20/09/2010