Pesquisadores da Universidade de Cambridge descobriram enzimas de plantas que normalmente produzemenergia difícil de extrair quando são armazenadas em palha, madeira e outras partes de plantas não-comestíveis.
Esta descoberta pode melhorar a viabilidade de biocombustíveis sustentáveis, sem afetar negativamente a cadeia alimentar.
À medida que as reservas de petróleo esgotam, é uma necessidade urgente encontrar alternativas aos combustíveis derivados de petróleo, plásticos, lubrificantes e outros produtos. Esta pesquisa é um bom exemplo de como a compreensão da biologia fundamental das plantas pode mostrar como usá-las para produzir uma série de produtos importantes.
A equipe de investigação estudou e identificou os genes de dois tipos diferentes de enzimas que tornam palha, galhos e madeira mais duros, e também produzem açúcares difíceis de extrair, a fim de fazer bioetanol.
Segundo os pesquisadores, há uma grande quantidade de energia armazenada em madeira e palha, sob a forma de uma substância chamada lignocelulose.
Se extrairmos essa energia sob a forma de açúcares, eles podem ser fermentados para a produção de bioetanol e outros produtos.
As plantas obtêm sua rigidez e força a partir da lignocelulose, e um componente-chave da lignocelulose é xilana. A xilana fica trancada dentro da madeira e da palha, com potencial para fornecer um terço dos açúcares utilizados para fazer bioetanol a partir destas partes de plantas não comestíveis.
Os pesquisadores chegaram às suas conclusões depois de estudar a planta Arabidopsis, que não tem as duas principais enzimas que criam a xilana na parte de lignocelulose em plantas. As hastes sem estas enzimas são mais fracas, mas crescem normalmente e precisam de menos esforço para converter o açúcar em xilana.
Os resultados podem ajudar na criação de programas de produção de culturas de diferentes partes de plantas não-comestíveis que exigem menos produtos químicos, energia e transformação ao serem convertidas em produtos renováveis, como biocombustíveis.
De acordo com os pesquisadores, o próximo passo será a criação de novas variedades de culturas de bioenergia para ver se podem produzir plantas como o salgueiro com determinadas propriedades, e assim desenvolver processos mais sustentáveis de geração de combustíveis a partir de resíduos de culturas.
Fonte: Udop, em 05/10/2010