Quem deixou para abastecer os carros com etanol ontem teve um susto. Em uma semana o preço passou de R$ 1,44 o litro para R$ 1,59 e hoje já está sendo comercializado a R$ 1,65, alta de quase 15%. Donos de postos de gasolina alegam que não têm condições de absorver o aumento repassado pelas distribuidoras.
Segundo eles, os postos de combustíveis já trabalham com a margem mínima de lucro, por isso não conseguem arcar com os reajustes. A alta nas bombas se deve ao aumento de preços de venda do produto feito pelas usinas de açúcar e álcool. A estiagem é uma das causas dessa especulação, pois embora este ainda seja período de safra, os preços estariam subindo porque há uma previsão de colheita abaixo das expectativas iniciais.
De acordo com uma pesquisa realizada pelo Procon em Campo Mourão, o preço mínimo do combustível até segunda-feira era de R$ 1,58 e o máximo de R$ 1,64, porém a média ficava em dos locais pesquisados ficava em R$ 1,58 mesmo. No dia seguinte à divulgação os preços sofreram reajustes e o preço médio passou a R$ 1,63. De acordo com a coordenadora do órgão de defesa do consumidor, Kelly Matos Dutra, essa diferença deverá ser investigada. Estamos vendo com a ANP [Agência Nacional do Petróleo] sobre isso já. Para ver a questão da defesa da concorrência. Caso haja alguma irregularidade ou abuso tomaremos atitude, alerta.
Apesar da alta, com o preço atual ainda é mais vantajoso abastecer os carros chamados Flex – que rodam com álcool ou gasolina-, com o etanol. A diferença entre os dois em Campo Mourão fica em 62%. De acordo com especialistas, o uso doálcool deixa de ser vantajoso em relação à gasolina quando o preço do derivado da cana-de-açúcar representa mais de 70% do valor da gasolina.
De acordo com o presidente do Sindicom-bustíveis do Paraná, Roberto Fregonese, até o período de entressafra, daqui a 30 dias, provavelmente os preços serão reajustados e o litro pode chegar a R$ 2,00 no fim do ano. A época de entressafra dacana-de-açúcar começa em novembro e vai até janeiro. Outubro é o último mês de colheita.
De acordo com nota da Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecom-bustíveis) os postos de todos os países já foram comunicados da alta pelas distribuidores, mas a federação na mesma nota informou que o mercado é livre e competitivo em todos os segmentos, cabendo a cada distribuidora e posto revendedor determinar se irá ou não repassar os maiores custos ao consumidor e, se o fizerem, em qual percentual.
No final do comunicado a Fecombustíveis colocou que é de fundamental importância esclarecer o consumidor e a sociedade em geral sobre a realidade dos fatos para que o revendedor não seja responsabilizado por majorações de preços ocorridas em outras etapas da cadeia.
Fonte: Udop, em 06/10/2010