O motorista encontrou ontem o álcool mais caro nas bombas dos postos rio-pretenses. Nos 35 estabelecimentos pesquisados pelo Diário, o valor mais praticado ontem era de R$ 1,599 o litro, mas era possível encontrar o combustível por até R$ 1,699. O valor de R$ 1,559 é 14,29% maior que o de R$ 1,399, que era também o mais praticado no período de 19 a 25 do mês passado, de acordo com levantamento da Agência Nacional do Petróleo (ANP) na época. Naquele período, o menor valor registrado foi de R$ 1,299 e o maior de R$ 1,499.
Há muita variação de preços nos postos de Rio Preto, dependendo da zona da cidade em que os estabelecimentos estão. No levantamento realizado ontem, o Diário encontrou o menor preço cobrado a R$ 1,41. O consumidor que pesquisou pôde ontem encontrar o litro do produto por preços como R$ 1,429, R$ 1,439, R$ 1,549, R$ 1,589, R$ 1,599, entre outros. Como os preços são livres, os valores estão sujeitos a alteração a qualquer momento, sem prévio aviso.
Em relação ao preço mais praticado de ontem (R$ 1,599), o álcool ainda é competitivo em relação à gasolina, cujo valor mais frequente nas bombas também ontem era de R$ 2,599. Nesta relação de preços, o valor do etanol representa 61% do derivado de petróleo – a vantagem persiste até à casa dos 70%.
Segundo Roberto Uehara, presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo (Sincopetro) de Rio Preto, o aumento de preços nos postos vem ocorrendo desde o dia 1º deste mês, em função do reajuste de 15% no etanol e de 4% a 5% na gasolina. “O mercado já está sentindo os efeitos e não tem como assimilar o aumento. É preciso repassar.” Para Uehara, a tendência é de manutenção dos preços em alta, em função da entressafra e da suscetibilidade da cana-de-açúcar ao excesso ou falta de chuvas.
Consumo pressiona preços
O representante da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica) em Ribeirão Preto, Sérgio Prado, disse que a elevação de preços dos produtores está ligada ao aumento do consumo. Ele negou que haja carência de álcool. Ao contrário, afirmou, a produção nesta safra está maior. “O patamar de preços mudou, tem se mantido estabilizado acima de R$ 0,90 (nas usinas) há algumas semanas”, afirmou.
Segundo Prado, a questão dos preços será definida pelos consumidores de carro flex, ou seja, se o produto perder competitividade para a gasolina, a tendência é de queda de preço. Há um mês, o indicador do etanol hidratado, pesquisado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), era cotado a R$ 895 por metro cúbico (equivalente a 1 mil litros). Ontem, esta cotação estava em R$ 1.025, uma alta de 14,5%.
Fonte: Diário da Região, em 09/10/2010