Depois de 15 dias de paralisação, a maior parte dos bancários do País aceitou a proposta dos bancos de reajuste salarial de 7,5% para quem ganha até R$ 5.250. Acima dessa faixa, a oferta é uma parcela fixa de R$ 393,75 ou a correção da inflação (4,29%), o que for mais vantajoso. Banco do Brasil (BB) e Caixa propuseram reajuste de 7,5% independentemente do salário.
O sindicato de Porto Alegre (RS) rejeitou a proposta do BB e da Caixa, mas aceitou a dos bancos privados. No Maranhão, nenhuma proposta foi aceita. Bahia, Rio de Janeiro, Pará, Amapá, Maranhão e Bahia recusaram o reajuste da Caixa. As demais regiões voltam a trabalhar normalmente hoje.
A proposta dos bancos inclui ainda correção de 7,5% para todos os benefícios e para a Participação nos Lucros e Resultados (PLR), com exceção do limite individual da Parcela Adicional, em que o valor passará de R$ 2.100 para R$ 2.400 (14,28%). Para os funcionários da Caixa, a proposta é distribuir 4% do lucro líquido de maneira linear para todos os empregados.
Sexta-feira os banqueiros sentaram com os líderes sindicais e esgotaram esse assunto. Sabíamos que haveria acordo, diz uma fonte que participou da negociação feita na semana passada.
Mesmo antes da conclusão de todas as assembleias, o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf) e coordenador do Comando Nacional dos Bancários, Carlos Cordeiro, afirmava que a proposta dos banqueiros era satisfatória e sugeria que todos os sindicatos aceitassem o reajuste. Cordeiro também disse que as agências das regiões que aceitaram as propostas voltam a funcionar hoje.
Até a decisão dos bancários, pelo menos 8,3 mil agências do País – de um total de 19,8 mil – estavam com as portas fechadas, segundo a Contraf. Trata-se da maior greve organizada pela categoria nos últimos 20 anos. Esses avanços nas negociações só foram possíveis por causa da grande participação dos bancários, disse Cordeiro.
A greve foi iniciada quando a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) propôs 4,29% (equivalente a inflação) aos funcionários, que exigiam 11% – o que representaria aumento real de 5% nos ganhos mensais – entre outros benefícios.
Fonte: Estadão, em 14/10/2010