Os brasileiros nunca estiveram tão confiantes em manter o emprego, de acordo com Índice de Medo do Desemprego de setembro divulgado ontem pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O indicador recuou 1,5% em relação a junho deste ano e chegou a 81,1 pontos, o mais baixo nível desde a criação da pesquisa, em maio de 1996. Em relação a setembro do ano passado, a queda foi de 9,1%.
De acordo com o documento, pelo terceiro trimestre consecutivo, 55% das 3.010 pessoas entrevistadas entre os dias 25 e 27 de setembro afirmaram não estarem com medo do desemprego. Além disso, 30% do total disseram estar com pouco receio de perder o emprego, enquanto apenas 15% confessaram ter muito medo do desemprego.
A economia retomou o crescimento e as taxas de desemprego das principais regiões metropolitanas estão entre as mais baixas da história, afirmou o gerente-executivo da Unidade de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco. Para ele, como o crescimento da economia continuará elevado em 2011, o indicador deve permanecer próximo do piso histórico nesse período.
O crescimento econômico tem reflexo direto no mercado de trabalho, por isso os entrevistados se sentem seguros em relação a seu emprego e ao de seus familiares, completou o economista.
Outros indicadores também apurados pela CNI corroboram a tese de Castelo Branco. O Índice Nacional de Expectativa do Consumidor (Inec) de setembro detectou um aumento de 4,9% no medo do desemprego em relação a agosto, mas a variável ainda é 5,5% menor na comparação com setembro de 2009. Segundo o documento, a piora do indicador seria uma acomodação por causa da melhora da pontuação nos meses anteriores.
Já de acordo com os Indicadores Industriais de agosto, apesar de ter ocorrido uma queda na atividade no mês, as horas trabalhadas na indústria aumentaram 0,5% na comparação com julho. Em relação a agosto do ano passado, a expansão desse indicador foi de 11%. O emprego na indústria também cresceu em agosto, ficando 0,8% maior do que no mês anterior. Em relação ao mesmo mês do ano passado, o aumento foi 7,4%.
Segundo a CNI, com essa expansão o indicador de emprego acumulou 13 meses de crescimento quase que ininterrupto, mostrando que há planos de expansão da produção nos próximos meses. Além disso, todas as vagas fechadas pela crise já foram restabelecidas pela indústria.
Cenário
FLÁVIO CASTELO BRANCO
GERENTE-EXECUTIVO DA UNIDADE DE POLÍTICA ECONÔMICA DA CNI
A economia retomou o crescimento e as taxas de desemprego das principais regiões metropolitanas estão entre as mais baixas da história.
Fonte: Estadão, em 14/10/2010