Nos últimos meses, o preço do etanol subiu mais de 30% no Estado de São Paulo. A expectativa, segundo especialistas do setor, é de que os preços continuem a aumentar. No entanto, a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) não prevê que ocorra perda de competitividade devido à substituição do álcool pela gasolina na hora de abastecer carros modelo flex.
Em um posto de gasolina de São Paulo, 70% dos veículos de passeio são abastecidos por etanol. A procura pelo combustível ainda não caiu, mas a expectativa é de que isso ocorra devido à alta no valor do produto.
O preço do etanol em 350 postos de combustível foi pesquisado pela Agência Nacional de Petróleo (ANP). De acordo com o estudo, foi registrada alta de 6% somente entre os meses de setembro e outubro deste ano.
Já se for considerado o período de junho até agora, a alta é bem mais expressiva. O valor médio saltou de R$ 1,30 para 1,70, um aumento de 31%. Segundo o analista de mercado Bruno Bosz, o aumento é uma estratégia das usinas para valorizar o produto.
O Sindicato Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo já trabalha com a possibilidade de queda na margem de lucro dos postos de combustível. O presidente da entidade acredita que no máximo em duas semanas o consumidor deve substituir etanol por gasolina.
Mas a Unica não concorda. Para eles, o atual preço do etanol coloca o produto em condição de equilíbrio com a gasolina e não deve haver perda de competitividade.
– Os estoques suportam o nível de demanda atual. E nos mercados competitivos, como o de São Paulo, Paraná, Goiás e Mato Grosso, o etanol vai continuar competitivo ao consumidor até o início da próxima safra. É mercado. O etanol, o preço é formado diariamente, depende muito da procura pelas distribuidoras ou da oferta pelos produtores e, diariamente, ele vai se formando na condição de mercado – explica o diretor técnico da Unica, Antônio de Pádua Rodrigues.
Fonte: Canal Rural, em 13/10/10