O salário médio de admissão teve aumento real em todas as regiões do país nos nove primeiros meses do ano. O valor passou de R$ 788,55, em setembro do ano passado, para R$ 829,76 em igual mês deste ano, correspondendo a alta real, deflacionada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), de 5,23%.
O acréscimo maior ocorreu no Nordeste, onde os salários são menores em comparação às demais regiões. Em setembro de 2009, as empresas instaladas no Nordeste pagavam, em média, R$ 668,24 no ato da contratação. Neste ano, as empresas oferecem R$ 708,07, 5,96% a mais em termos reais.
A segunda maior variação foi observada nos Estados do Sul. Na região, o salário de admissão era de R$ 736,72 e passou a R$ 780,48, acréscimo real de 5,94%. No Sudeste, a remuneração foi a R$ 896,00, com alta deflacionada pelo INPC de 5,10%. No Norte, o salário de admissão atinge R$ 750,11, alta de 4,71%. A menor taxa, 3,69%, foi verificada no Centro-Oeste, onde a média é de R$ 749,76.
Na avaliação do Ministério do Trabalho, a explicação para a melhora generalizada é a mesma para todas as regiões: a maior taxa de expansão do Produto Interno Bruto (PIB). A diferença, explicou o ministro Carlos Lupi, é que o crescimento não ocorre de forma concentrada e tem feito com que novas empresas abram as portas no Nordeste, Norte e Sul. Entre 2003 e 2010, na média geral do país, o valor pago na contratação de empregados aumentou 29,51% em termos reais, atingindo R$ 829,76.
Os dados fazem parte do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que mostram ainda que a geração líquida de empregos formais no Brasil durante o mês de setembro de 2010 foi a pior dos últimos três anos. Foi registrado no último mês o saldo de 246,9 mil postos criados, inferior à marca para o mesmo período dos anos de 2009 (252 mil), 2008 (282 mil) e 2007 (251 mil).
Embora a criação de empregos em setembro seja a menor quando comparada aos três anos anteriores, o saldo acumulado dos nove primeiros meses do ano foi recorde, de 2,2 milhões de empregos. Em razão da crise financeira, o país registrou apenas 932,6 mil novas vagas de janeiro a setembro de 2009. Para o mesmo período, a segunda melhor marca é a de 2008 (2,086 milhões de postos).
Segundo Lupi, o comportamento da geração de emprego em setembro é explicada pela sazonalidade de alguns setores, em especial, o da agricultura. Ainda assim, o ministro reafirmou a meta do governo federal de atingir 2,5 milhões de novos empregos em 2010. A previsão é que os meses de outubro e novembro registrem novos recordes da série histórica do Caged.
Em relação aos salários, os dados do Caged mostram também que, considerando a desagregação por escolaridade, a maior valorização salarial foi notada entre os trabalhadores que possuem até o quinto ano incompleto do ensino fundamental. O valor pago na contratação desses empregados passou de R$ 617,34, em setembro de 2009, para R$ 658,09 em igual mês deste ano, correspondendo a um acréscimo real de 6,60%.
A segunda maior variação real ocorreu entre as pessoas com ensino superior completo, que são, também, as que possuem as maiores remunerações. Para essa faixa da população, o salário de contratação passou de R$ 2.031,32 para R$ 2.162,35.
Fonte: Udop, em 20/10/2010