A União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) divulgou no dia 17 deste mês as estimativas para a nova safra na Região Centro Sul, onde se concentram 86% da produção nacional. A cana moída deverá atingir 498,1 milhões de toneladas, um crescimento de 16% em relação à safra 2007/08, quando foram moídas 431,2 milhões de toneladas de cana. A produção de açúcar chegará a 28,6 milhões de toneladas, 9% acima do registrado no período anterior, cuja produção foi de 26,2 milhões. O álcool anidro atingirá 7,65 bilhões de litros, 6% a mais em relação aos 7,24 bilhões de litros produzidos na safra anterior. O crescimento do álcool hidratado será de 27%, chegando a 16,6 bilhões de litros. Na safra anterior, esse volume foi de 13,1 bilhões de litros. A produção total de álcool deverá atingir 24,3 bilhões de litros, um crescimento de 19% em relação aos 20,3 bilhões de litros registrados na safra 2007/08. O mix de produção será de 42% de açúcar e 58% de álcool. Em relação à comercialização externa, o volume de etanol exportado será 27% superior ao da safra passada, atingindo 3,9 bilhões de litros. Estados Unidos (direto ou via Caribe) e Europa devem responder por boa parte do aumento nas exportações.
“O etanol brasileiro está ampliando a sua posição competitiva no mercado externo, apesar das críticas infundadas e campanhas negativas contra a longa experiência de energia limpa e renovável já consolidada pelo Brasil”, enfatizou Marcos Jank, presidente da Unica. Já as exportações de açúcar terão um incremento de 15%, chegando a 18,9 milhões de toneladas e os principais mercados serão Rússia, Arábia Saudita e Emirados Árabes. A partir da safra 2008/09, 32 novas usinas entram em operação na região centro-sul, das quais treze em São Paulo, dez em Goiás, quatro em Minas Gerais, quatro em Mato Grosso do Sul e uma no Paraná. Desde 2005, 84 novas usinas entraram em produção na região Centro-Sul do País, incluindo as novas usinas que iniciam suas atividades nesta safra. “O etanol produzido a partir da cana-de-açúcar assume uma importância crescente na economia brasileira, gerando empregos, abrindo novos mercados e trazendo grandes ganhos ambientais para a sociedade”, destacou Antônio de Pádua Rodrigues, diretor-técnico da entidade.
A mecanização da colheita também demonstra a evolução tecnológica do setor. A expectativa é de que a colheita mecanizada continue crescendo. Na última safra, 47% da colheita no Estado de São Paulo já foi mecanizada, contra 34% registrados na safra 2006/07. De um total de 169 usinas, 145 já aderiram voluntariamente ao Protocolo Agroambiental, assinado em 2007 entre a Unica, os fornecedores de cana e o governo do Estado de São Paulo. O protocolo antecipa o fim da queima e a introdução da colheita mecanizada para 2014 em áreas mecanizáveis, e 2017 para áreas atualmente não-mecanizáveis.
Fonte: Diário da Região, em 18/04/2008