O ritmo de queda dos preços do álcool diminuiu na última semana no Estado de São Paulo, devido principalmente à interrupção pontual da moagem, decorrente das chuvas ocorridas no período e que dificultaram as atividades de campo, reduzindo um pouco a oferta. Quanto à demanda, segundo levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), as compras de distribuidoras teriam sido semelhantes às das semanas anteriores, em geral, suficientes para atender o consumo de poucos dias.
Entre 14 e 18 deste mês, o Indicador Cepea/Esalq do álcool anidro no Estado de São Paulo teve média de R$ 0,772 o litro (sem impostos), baixa de 0,81% em relação à semana anterior. Para o hidratado, a média foi de R$ 0,6972/litro (sem impostos) no mesmo período, ligeira queda de 0,28%. Apesar da diminuição no ritmo de queda, o preço do combustível continua favorável ao consumidor. Na primeira semana deste mês, o preço do álcool na usina caiu 3,14%, a maior redução para o período desde 2004.
A redução nas usinas já está sendo acompanhada pelos postos de Rio Preto. Segundo pesquisa realizada pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), na última semana de março o preço médio do álcool hidratado nas usinas era de R$ 1,268 contra R$ 1,218 na semana passada, uma queda de 3,94%. De acordo com Roberto Uehara, presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo (Sincopetro) de Rio Preto, o preço do litro do álcool atingiu o patamar mais baixo dos últimoscinco anos para esse período. “Na semana passada, participei de uma reunião do Sincopetro em São Paulo e não conseguimos chegar a um consenso sobre o preço do combustível durante a safra. Mas a tendência é de queda”, disse. O consultor de gerenciamento de risco da FCStone, Mário Silveira, também não quis arriscar o valor do álcool nos próximos meses, mas afirmou que o tamanho da safra deste ano indica que os preços devem “se enfraquecer nos próximos meses”.
Atualmente, conforme pesquisa da ANP, o preço médio do litro do álcool, R$ 1,218, representa 53,5% do preço do litro da gasolina, de R$ 2,405. É vantajoso optar pelo álcool até o combustível atingir 70% do valor do preço do litro da gasolina. “Mesmo que as usinas consigam exportar 4 milhões de litros, como esperado, haverá álcool de sobra no mercado interno, mantendo a vantagem em relação à gasolina e o mercado aquecido”, disse. A redução do preço do álcool anidro nas usinas, utilizado em 25% na composição da gasolina, já influenciou em uma pequena redução no preço do combustível nos postos de Rio Preto. Segundo a ANP, no fim de março, o preço médio do litro de gasolina no município era de R$ 2,419. Na semana passada, o combustível era encontrado pelo preço médio de R$ 2,405, redução de 0,57%.
Conab divulgará estudo
Um estudo que está sendo elaborado por técnicos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) vai mostrar se os canaviais estão ocupando ou não áreas que antes eram destinadas às lavouras de grãos. O levantamento será divulgado na próxima terça-feira, em Ribeirão Preto (SP), durante a 15ª Agrishow. Os dados fazem parte do primeiro levantamento da Conab para a safra 2008/09 de cana-de-açúcar, que começou a ser esmagada em abril na região Centro-Sul do País. Além da previsão de área, colheita e produção de derivados, serão divulgados outros estudos referentes ao setor sucroalcooleiro.
Fonte: Diário da Região, em 23/04/2008