O presidente da Embraer, Frederico Fleury Curado, defendeu ontem (22/04) o álcool brasileiro das críticas de que contribui para a escassez mundial de alimentos e afirmou que o uso de biocombustíveis faz parte da estratégia da empresa. Mais de cem aviões da Embraer já são movidos a álcool, e a intenção é começar a testar em breve aeronaves com biocombustíveis de segunda geração.
A utilização de combustíveis alternativos foi um dos principais assuntos em debate na Conferência de Aviação e Meio Ambiente que começou ontem em Genebra. Ao lado de Curado, participam os presidentes das maiores empresas do setor, como a americana Boeing, a européia Airbus e a canadense Bombardier, além dos diretores das principais agências reguladoras internacionais.
Para o presidente da Embraer, os ataques aos biocombustíveis motivados pelos altos preços dos alimentos deve excluir o álcool brasileiro. “A discussão sobre a competição entre combustível e comida é eticamente válida, mas não se aplica ao Brasil”, disse Curado. Segundo ele, a preocupação em reduzir o consumo de combustível “é mais econômica que ambiental”, com o barril do petróleo perto de US$ 120. Curado negou que a Embraer esteja negociando joint venture com a empresa indiana Tata.