O plano do Federal Reserve (Fed) de comprar US$ 600 bilhões em títulos do Tesouro norte-americano de longo prazo até meados de 2011 para fortalecer a recuperação da economia dos EUA fez pouco barulho no mercado financeiro. Em parte porque os investidores já vinham antecipando nas últimas semanas esse movimento do Fed e também porque o valor do pacote de ajuda anunciado ontem ficou mais ou menos em linha com as últimas estimativas. Há também o fato de que os investidores ainda estão pesando os prós e contras dessa nova rodada de estímulo econômico. Com isso, as bolsas em Nova York e aqui registraram ganhos discretos. O Ibovespa subiu 0,48%, aos 71.904,77 pontos, amparado por Petrobrás e setor bancário.
O dólar firmou-se em baixa no mercado internacional de moedas e ante o real. Segundo o Fed, as compras de títulos de longo prazo devem ser de US$ 75 bilhões por mês, em média, mas a instituição ajustará o volume de compra conforme o necessário, uma vez que o ritmo de recuperação na produção e no emprego segue lento. Isso gerou expectativas de novas injeções de recursos na economia com consequentes desvalorizações do dólar em âmbito mundial. Após sete fechamentos acima de R$ 1,70, o dólar no balcão caiu ontem a R$ 1,6990 (-0,49%). No mercado futuro, o dólar para dezembro de 2010 cedeu 0,85%, para R$ 1,700.
Nos juros, a reação ao Fed foi tímida. Contudo, a expectativa de que o IBGE divulgará hoje um ritmo de produção industrial fraco para setembro levou as taxas futuras a fechar perto da estabilidade. O contrato para janeiro de 2012 fechou em 11,34%, ante de 11,32% na segunda-feira.
Fonte: Estadão, em 03/11/2010