O acordo que reuniu diversas das principais empresas do setor sucroenergético nacional, a Petrobras e a Camargo Correa em torno de um projeto unificado de etanolduto, mostra o pensamento estratégico e a maturidade dos participantes. Esta é a opinião da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar.
A inauguração do novo sistema de transporte de etanol aconteceu nesta terça-feira (23) em Ribeirão Preto, SP, com participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente da Petrobras, Sergio Gabrielli. Para o presidente da Unica, Marcos Jank, a união de forças levará à viabilidade do projeto, algo mais distante de todos se fossem construídos dutos separados e concorrentes, como previsto anteriormente.
Avaliado em US$ 5 bilhões, o etanolduto terá 850 quilômetros de extensão e passará por 45 municípios, levando o etanol das principais regiões canavieiras do Centro-Sul até Paulínia, e de lá para os portos de São Sebastião, SP, e do Rio de Janeiro, RJ. Pelo setor sucroenergético, participam do projeto Copersucar, Cosan, Odebrecht, que controla a ETH Bioenergia, e a Uniduto, que tem entre suas acionistas São Martinho, Santa Cruz, São João e Bunge.
As obras serão executadas pela PMCC, empresa controlada pela Petrobras e pela empreiteira Camargo Correa. O primeiro trecho da obra, com 202 quilômetros, vai unir Ribeirão Preto a Paulínia, com planos de expansão futura para os estados de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso. Segundo a Petrobrás, a maior parte do etanolduto vai utilizar áreas de passagem de dutos já existentes, como forma de reduzir o impacto sócio-ambiental da obra.
Quando concluído, o projeto terá capacidade instalada de transporte de até 21 milhões de metros cúbicos de etanol por ano. Especialistas estimam em 57% a redução nos custos de logística que o projeto vai produzir, gerando um aumento significativo na competitividade do etanol brasileiro, tanto no mercado doméstico quanto no internacional.
“O projeto chega em um momento importante, pois servirá de estímulo para uma nova e necessária rodada de investimentos na expansão da produção. Será também um demonstração de que estamos prontos não só para agilizar o atendimento ao mercado doméstico como para um crescimento nas exportações, que pode resultar das atuais discussões envolvendo tarifas e barreiras não-tarifárias impostas pelos principais mercados consumidores do mundo, a Europa e os Estados Unidos,” comentou Jank.
Jank destacou o empenho do governo em promover internacionalizaçào do etanol, que virou peça central tanto da política comercial quanto da política externa do País. “A Unica acompanhou esse empenho com seus próprios avanços e iniciativas, tornando-se a entidade brasileira com a maior presença no exterior, com escritórios em Washington e Bruxelas e ações constantes em defesa de nossos interesses”, disse.
Fonte: Udop, em 23/11/2010