A Usina Moema, localizada em Orindiúva, foi a primeira da região a iniciar a moagem de cana-de-açúcar este ano. Nesta safra, que começou anteontem e deve terminar em 30 de novembro, a usina pretende moer 4,7 milhões de toneladas de cana, 6,8% mais do que no ano anterior.
De acordo com o coordenador da produção da usina, Antônio Furlaneto Júnior, serão produzidas 6,5 milhões de sacas de 50 quilos de açúcar e 205 milhões de litros de álcool. Segundo ele, a safra começou antes de abril devido ao grande volume de cana na área agrícola. “Não queremos que sobre cana sem esmagar após o fim da safra”, afirmou.
Até o fim do ano, a usina Moema deve gerar 6 mil empregos diretos. Juntas, as três usinas do grupo chegam a empregar quase 10 mil pessoas. Além da unidade em Orindiúva, o grupo Moema possui a usina Vertente, em Guaraci, e a Itapagipe, localizada em Minas Gerais.
A Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar) ainda não tem estimativas da produção total nesta safra. A entidade realiza levantamento via satélite para saber da produção total das usinas.
Na safra 2007/2008, no entanto, a Unica prevê a criação de mais 17 usinas na região Centro-Sul do Brasil, 10 no Estado de São Paulo.
A Biocana (Associação de Produtores de Açúcar, Álcool e Energia) espera divulgar números da safra na próxima semana. A expectativa, segundo Luciano Sanches, diretor da entidade, é que mais de 120 milhões de toneladas sejam esmagadas nas usinas do oeste e noroeste paulista.
‘Boom’ da cana é inevitável
Para o secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, João Sampaio, o crescimento das plantações de cana é inevitável. Segundo ele, no entanto, o governo estadual tenta criar alternativas para que essa expansão seja ordenada.
“Não podemos evitar que o produtor procure uma forma de aumentar sua renda, mas devemos orientá-lo sobre as vantagens de outras culturas”, disse.
Ele apresenta como exemplo a integração de lavouras e pecuária, com confinamento de bovinos, em Barretos. “O produtor não pode ser imprudente e apostar em uma única cultura.”
Fernando Campos
Jornal Bom Dia – 29/3/2007