Quase um ano após anunciar a compra da Gas Brasiliano, a Petrobras ainda não concluiu o negócio nem assumiu o controle da empresa que inauguraria sua participação na distribuição de gás natural em São Paulo.
Anunciada em maio, a compra da Gas Brasiliano da italiana Eni aguarda a concordância da Arsesp (Agência Reguladora de Energia e Saneamento de SP), que teme “impactos concorrenciais” ao mercado de gás com a chegada da estatal.
A Gas Brasiliano opera na chamada área de concessão Noroeste, que abrange 375 municípios. Os planos da estatal para expandir o fornecimento de gás na região estão parados, aguardando o sinal verde para assumir a empresa, segundo a Petrobras.
A diretora de Gás e Energia, Graça Foster, diz que tanto a estatal como a Gas Brasiliano cumpriram em 17 de agosto as exigências feitas pelo órgão regulador.
“Está demorando mais do que esperávamos”, diz.
Davi Kann, diretor de Gás Canalizado da Arsesp, disse que não há prazo para a manifestação final. Ela está sob análise da Procuradoria Geral do Estado.
A preocupação do órgão regulador está descrita no voto de Olavo Chinaglia, conselheiro do Cade que relatou o processo aprovado em 15 de dezembro. A Arsesp apresentou ao Cade seus temores.
Um deles é de que a Petrobras -produtora, transportadora, distribuidora e consumidora de gás natural- apresente preços mais competitivos e estimule consumidores a migrarem para lá, em prejuízo da Comgás e da Gás Natural São Paulo Sul.
Fonte: Udop, em 18/02/2011