A safra 2011/2012 de cana-de-açúcar prevê uma moagem de 568,50 milhões de toneladas, alta de 2,11% em relação ao total processado na última safra, que atingiu 556,74 milhões de toneladas. Do total de cana projetado para a safra 2011/2012, 45,34% serão destinados à produção de açúcar, maior do que os 44,71% observados no último ano. A maior parte da cana colhida nesta safra (54,66%) será utilizada para a produção de etanol.
As projeções foram divulgadas ontem pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), sindicatos e associações de produtores de etanol e açúcar da região Centro-Sul do Brasil. A produção de açúcar projetada é de 34,58 milhões de toneladas, crescimento de 3,25% em relação as 33,49 milhões de toneladas produzidas na safra 2010/2011. A produção de etanol, por sua vez, deverá atingir 25,51 bilhões de litros, aumento de 0,52% em relação à produção da última safra, que totalizou 25,37 bilhões de litros.
Os dados indicam uma pequena expansão na área de cana disponível para colheita, que deve ocorrer principalmente nas unidades novas e em usinas que iniciaram suas atividades nos últimos anos, com destaque para aquelas localizadas nos Estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Minas Gerais. Na avaliação da Unica, esse crescimento de área para colheita não deve se traduzir em aumento significativo da quantidade de cana a ser processada, devido à menor produtividade do canavial.
Exportações
As exportações de açúcar devem apresentar índice de crescimento inferior ao esperado para a produção. Enquanto o crescimento na produção de açúcar deverá atingir 1,09 milhão de toneladas, as exportações podem avançar 600 mil toneladas, atingindo o total de 24,90 milhões de toneladas. As exportações de etanol devem apresentar uma retração significativa na safra 2011/2012, chegando a 1,45 bilhão de litros – queda superior a 18% em relação à safra 2010/2011.
O aumento da produção e a retração nas exportações de etanol irão resultar em um incremento de quase 500 milhões de litros na oferta do produto ao mercado doméstico. Para o diretor técnico da Unica, Antonio de Padua Rodrigues, o incremento de oferta de etanol para o mercado doméstico é inferior ao crescimento esperado na demanda em função das vendas aceleradas de carros biocombustíveis. Segundo ele, o cenário é de déficit estrutural na oferta de cana, o que gera a necessidade de incentivos para que ocorra um novo ciclo de investimentos na produção.
Preço do etanol cai na usina
O etanol hidratado foi negociado ontem a R$ 1.507,50 o metro cúbico, baixa de 1,92% ante os R$ 1 537,00 de ontem, de acordo com o indicador diário do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP). É a sexta queda consecutiva no indicador do hidratado, baixa acumulada de 11,01% desde os R$ 1.694,00 o metro cúbico apontados em 23 de março.
O valor do indicador diário para o hidratado do Cepea considera a média aritmética dos preços praticados nos negócios feitos no dia com o combustível produzido em destilarias do Centro-Sul do Brasil e entregue em distribuidoras de Paulínia (SP), com o frete incluso. O Cepea apura ainda os negócios em outras bases importantes de recebimento do combustível em São Paulo. Nesses casos, exclui o valor do frete e o recalcula como se o hidratado fosse entregue em Paulínia.
Apesar das cotações do etanol ao produtor já estarem caindo há uma semana, o pico dos preços cobrado ao consumidor nos postos de combustíveis ainda não foi atingido, na avaliação do presidente do Sindicato Nacional doas Empresas Distribuidoras de Combustíveis e Lubrificantes (Sindicom), Alísio Vaz.
Segundo ele, os preços do hidratado nos postos deve continuar subindo até a primeira quinzena de abril. Vaz disse também que o consumo de hidratado já caiu pela metade na semana passada ante a média semanal de janeiro e fevereiro. “Enquanto em janeiro e fevereiro o consumo médio de hidratado foi de 166 milhões de litros por semana, este consumo foi de 85 milhões de litros na semana terminada em 26 de março”, disse.
Fonte: Diário da Região, por Liza Mirela, em 01/04/2011