Gasolina não segue etanol e sobe na bomba

Apesar de o preço do etanol ter caído em Rio Preto, o preço da gasolina continua subindo. Ontem (25), levantamento realizado pelo Diário em 32 postos mostrou que o valor máximo praticado era de R$ 2,899, valor 6,2% maior que o praticado no dia 11 deste mês (R$ 2,729).

O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo (Sincopetro) de Rio Preto, Roberto Uehara, afirmou que o preço do combustível disparou. No último sábado, o estoque comprado teve reajuste de R$ 0,15 pela distribuidora. “A Petrobras está importando gasolina por conta da falta do produto no mercado”, afirmou.

O último levantamento da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), para o período de 10 a 16 de abril, aponta que o preço médio da gasolina nos postos de 2,653, enquanto o mínimo era de R$ 2,579 e o máximo era de R$ 2,750.

A pesquisa relativa às últimas quatro semanas mostra um aumento de 2,55% no preço médio da gasolina. O valor passou de R$ 2,587 para R$ 2,653. Enquanto isso, o preço praticado pelas distribuidoras, segundo a ANP, teve reajuste de 10,3% no período, ao passar de R$ 2,281 para R$ 2,417.

O motivo da falta de gasolina no Brasil, e consequente aumento de preço, foi a forte migração do consumidor que abastecia seu carro com etanol para o derivado de petróleo. É que nesse ano, antes do início da safra, o preço do litro do combustível chegou a atingir a máxima de R$ 2,290. Nas bombas de Rio Preto, o preço mais praticado ontem era de R$ 2,799. Mas, também era possível encontrar o litro da gasolina por valores como R$ 2,599, R$ 2,699 e R$ 2,779.

Segundo a economista Emília de Toledo Leme, assistente da Secretaria de Planejamento, Ciência, Tecnologia e Inovação de Rio Preto, o reajuste da gasolina pode desencadear aumentos em outras cadeias, assim como afeta principalmente as famílias que utilizam o transporte individual. “Esse reajuste impacta no custo da atividade produtiva, por isso tem uma contribuição grande”, disse.

A economista afirma que o reajuste do combustível terá impacto no resultado do Índice de Preços ao Consumidor de Rio Preto (IPC-RP) de abril, que será divulgado no próximo mês. No geral, explica, a gasolina contribui com 0,032% no cálculo do índice, o que é significativo quando se consideram 20 mil itens.

Etanol

Ontem, o preço mais praticado para o litro do etanol era R$ 1,999, o mesmo desde que começou a cair, em meados de abril. O último levantamento da ANP, válido para entre 10 e 16 de abril, mostra que o valor médio do etanol era R$ 1,990, enquanto o máximo era de R$ 2,200 e o mínimo, de R$ 2,112.

Os indicadores Cepea/Esalq para o Estado de São Paulo na semana de 18 a 20 de abril mostra um aumento em relação à semana anterior. O anidro foi cotado a R$ 2,7257/litro, alta de 10,23 % sobre a média ponderada da semana anterior. O hidratado ficou em R$ 1,4569/litro, alta de 5,24% no mesmo comparativo. Os valores são sem impostos e sem frete.

Com o valor do etanol mais praticado a R$ 1,999, o combustível volta a ficar vantajoso se o litro da gasolina estiver acima de R$ 2,855, uma vez que o rendimento do biocombustível é 70% menor ao do derivado do petróleo, em média.

Preço estável na refinaria

A Petrobras informou que a última alteração no preço da gasolina em suas refinarias foi uma redução de 4,5%, em junho de 2009. Desde então, a empresa não aplicou qualquer reajuste no preço da gasolina “A”, que vende para as distribuidoras, sem adição de etanol.

A assessoria de imprensa da Petrobras informou ainda que o preço está sendo mantido há 23 meses, mesmo com os aumentos do barril de petróleo no mercado internacional. No segundo semestre de 2008 era cotado a US$ 145 e hoje está em torno de US$ 120. A Petrobras informou ainda que os recentes aumentos nos postos de abastecimento se referem ao aumento do preço do etanol anidro, que é adquirido e adicionado à gasolina pelas distribuidoras, no percentual de 25%.

Do preço que o consumidor paga nos postos, a parte da Petrobras (realização) representa cerca de 30%, ou seja, se o consumidor paga R$ 3 pelo litro, a parte da Petrobras é de R$ 1. Os impostos representam 41% do preço final. A parte das distribuidoras e dos revendedores (postos) é de 12% e o etanol anidro adicionado à gasolina corresponde a 18% do preço final do combustível.

Fonte: Diário da Região, em 26/04/2011

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